Páginas

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mesmo com a minha cabeça vazia e os meus músculos relaxados, faço questão que me ponham a prova, sem enrolação. Se eu me proponho a ser o que for, eu sei que vou até o fim, aconteça o que acontecer. Minhas prioridades são perfeitamente definidas agora, uma certa maturidade me atinge de surpresa nos momentos que eu mais preciso. Assim sendo, sei entender e não condenar qualquer tipo de comportamento contrário, o que sempre foi parte da minha personalidade. Minha calma e meu controle me assustam. Hoje eu me digo boa noite com um certo orgulho. Descobri, enfim, algo que tenho coragem de definir como qualidade. Quão cega fui eu ao confundir completamente os meus laços. Devo desculpas e devo ir embora amanhã. Adeus.
Repetindo a mesma rotina de acordar, escovar os dentes e calçar os sapatos; ela foi aos poucos percebendo quando um não quer dizer sim. Todos os seus conceitos, que nunca foram certos, e suas morais invertidas, estavam piorando a cada instante, parecia-lhe imprudência meter alguém no meio disso. No caminho até o carro, ela entendeu o que estava lhe faltando: experimentar o nada, pelo menos por um tempo. Ela queria respirar e apreciar a simples falta de sentimentos. Dormir sem que nada lhe viesse à cabeça, sem sorrisos esmagados pelo travesseiro. Independência.
Por isso, continuava negando o frio no estômago e optava pela segurança de uma falta de futuro. Ia se despedindo, antes mesmo de chegar. Acabando tudo, sem nem começar. Ela sabia que talvez tivesse encontrado o que mais queria, mas tinha medo dos seus sinais de afeição, que carregavam um peso insuportável: o das suas esperanças.
Por mais estranho que pareça, ela só se interessava por aquilo que negava e queria que soubessem disso. Sofria, então, por ter consciência de que não entendia seus pensamentos e as suas atitudes. Mas que seja, no final das contas era tudo mesmo pura bobagem. De volta à normalidade.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Eu não lembrava mais do seu cheiro, do seu travesseiro guardado no armário com o meu edredom. Foi um longo verão de leveza, e me parece um tanto estranho dizer que foi bom.