Belo Horizonte, 18 de outubro de 2010
Hoje eu encontrei uma caixa com várias cartas. Cartas de verdade! Enviadas pelo correio, escritas à mão, contando as novidades, falando sobre a saudade. Me senti muito mal. Como se aquela Maria Clara que trocava cartas com as amigas estivesse perdida em algum mundo distante. Como se eu fosse agora uma casca, que teve todo o seu conteúdo corroído pela rotina massante.
Eu quero que se foda a internet, o telefone, que facilitam tanto a nossa vida, que acabam nos deixando sem voz. O cheiro do papel, a forma da letra, a mancha de café, fazem toda a diferença. Tudo se torna mais pessoal e sincero numa carta.
Eu não tenho mais a dizer, só preciso selar e enviar este meu desabafo. Enviar por mãos humanas, que sentem o calor das palavras e entendem toda a amizade, o amor, a saudade e a busca pela eternidade que contém esta carta.
Eu sou parte da sua vida, e você é parte da minha.
Nós sabemos disso e não há necessidade de continuar te lembrando.
Espero ter te enviado um sorriso, e que ele esteja no seu rosto neste exato momento.
Te amo pra sempre e sinto a sua falta,
Maria Clara Mancilha Guimarães