Enquanto isso eu vou dormir. Enquanto isso eu finjo ser uma jogadora de vôlei de praia, sentada na areia de maneira arcada e de óculos escuros. Espero o tempo que for, não tenho pressa, não me importo. Eu posso viver o romance fictício alheio o tempo que eu quiser. Afinal, não ando muito certa sobre nenhuma das minhas certezas e isso enfim me parece muito certo. Enquanto isso vou voltar a tocar piano.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Raiva, decepeção, angústia ou qualquer coisa dessas que não se ganha de presente de aniversário. Te embrulho numa caixinha, te coloco um laço, te dou um beijo, te dou um abraço. Cinco confetes e uma dúzia de alegria disfarçada, colorindo de guache frágil. Vem pra cá pra você ver, o céu hoje amanheceu laranja, daquele jeito que você tanto gosta. E o palhaço de sorriso desenhado, corre logo pro seu lado. Não, por mais que queiramos não se tira isso do ar. É arco-íris, papagaio, jardim e algodão-doce. Na sua vida só tem você.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
O mundo todo sabia. Não era mais terça-feira, mas entre fotos e danças de Michael Jackson pode-se perceber o quanto não era bom o bastante. E todas as conversas sobre infinitos relacionamentos findavam numa só conclusão. Todos os tópicos da noite estavam voltados à um só objetivo. Lâmpadas azuis não tornariam aquilo bom o bastante. O mundo todo estava cansado de saber, não era aquilo que se queria. E mesmo se fosse terça-feira, mesmo se todas as indiferenças fossem de fato odiáveis, mesmo se lâmpadas azuis nunca tivessem ajudado a dormir, mesmo se não tivesse realmente voltado; nada faria diferença. Porque nada no mundo muda o fato de que aquilo nunca foi e nem nunca será bom o bastante.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Ninguém nunca quis que fosse assim, passou pela minha cabeça durante aquela aula chata. Ninguém nunca quis mandar bilhetes por pessoas que pegavam o mesmo ônibus. Ninguém nunca quis ter apelidos de animais nojentos. Ninguém nunca quis acordar domingo de manhã e escutar sertanejo. Ninguém nunca quis a primeira traição. Ninguém nunca quis ter 27 anos. Ninguém nunca quis ser primo do seu primeiro namorado. Ninguém nunca quis ser amigo do seu irmão. Ninguém nunca quis ser extremamente fofo e extremamente feio. Ninguém nunca quis terminar tudo por e-mail. Ninguém nunca quis ser seu melhor amigo de banda. Ninguém nunca quis ser uma interrogação ambulante. Ninguém nunca quis ser aleatório de Fujiyama. Ninguém nunca quis dividir peguete em show indie. Ninguém nunca quis ser dentista. Ninguém nunca quis ser poeta. Ninguém nunca quis namorar sozinho. Ninguém nunca quis ter nome de morte. Ninguém nunca quis ser riquinho nojento. Ninguém nunca quis ter 14 anos. Ninguém nunca quis ser o amor da sua amiga. Ninguem nunca quis ser só legalzinho. Ninguém nunca quis tremer o corpo todo. Ninguém nunca quis ser vingança de formatura. Ninguém nunca quis ser traficante de drogas. Ninguém nunca quis ser da mesma merda de sala. Ninguém nunca quis ser vingança de show. Ninguém nunca quis ser uma noite de sexo. Ninguém nunca quis ser loiro que dói. Ninguém nunca quis ninguém de vcs.
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