Essa é a história de um carinha que estava com fome, foi até a padaria e encontrou o falso amor da sua vida. Ele sempre gostou de um tipo muito específico de pão, aquele com queijo em cima e bem queimadinho. Tudo aconteceu da maneira mais previsível possível, ela também gostava do mesmo tipo de pão e os dois começaram a disputar o último da padaria. O carinha achou a menina muito bonita, mas eram três da manhã e ele estava com muita fome, não dava para abrir mão daquele último pão. Ele se ofereceu então para levá-la em casa em troca do último pão, alertou-a de todos os perigos da cidade, procurando convencê-la de que aquela seria a melhor troca que ela já fez em toda sua vida. Ela respondeu que não precisava dele para chegar em casa, que se virava muito bem sozinha desde os 7 anos de idade. Depois deu as costas, pegou um pacote de biscoitos e lhe disse "Já vou avisando que moro muito longe". O carinha ficou confuso, mas riu educadamente. Saíram então da padaria e tomaram seu rumo naquela noite fria de junho. O carinha, curioso, perguntou à menina o que tinha lhe acontecido aos 7 anos de idade. Ela lhe respondeu que falar sobre o que vivemos não tem graça e sugeriu que eles conversassem sobre coisas impossíveis e inimagináveis, fora da realidade chata da vida. Em seguida, eles foram atropelados e ninguém comeu o pão. A moral da história é que ninguém consegue proteger ninguém e que paquerar não tá com nada.