Não é que eu queira dizer que te amo, mas eu daria meu fígado pra fazer desaparecer 600km. Eu sei viver assim, sempre vivi, não sei porque espero mensagens o dia todo com o celular na mão. Por favor, não pense que está acontecendo alguma coisa, embora realmente esteja. Eu sou menina de duas semanas e sempre tenho uma carta na manga. Um ano é pura ilusão sua. Alimento sua insegurança pelo simples gosto de te imitar, de acompanhar suas mentiras, suas ignorâncias forçadas, sua inocência hilária. No nosso silêncio brutal cabem mil conversas apaixonadas e esclarecedoras, o que eu sigo imaginando sem esperança alguma. Eu não vou me acostumar, mas sacio sua sede de traições e indiferenças, o que for preciso pra manter nos trilhos nosso trem desgovernado. Espero não chegar o dia em que eu recupere minha sanidade e perceba o quanto tudo foi fora do normal demais pra ter realmente acontecido. Não quero lembrar de você assim, como uma espécie de sonho estranho e impossível, como um fruto intocado e proibido.